sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Culto à Marleide

Um ano de saudades:

Definitivamente a vida de nossa família não é a mesma.

Há exato 01(um) ano, perdemos uma pessoa dócil, de fácil comunicação e com um dom exemplar de conciliar.

Maria Marleide de Oliveira possuía esses atributos, cujo legado devíamos nos apropriar.

A vida de Marleide sempre foi pautada no conciliar, razão pela qual possuía uma enorme capacidade de aglutinação, de agregar vaores. Cooptava como ninguém.

No seu velório, ocorreu uma coisa comovente que só veio a tonificar sua vocação sedutora: um rapaz chorava copiosamente na calçada de Marluza e dizia que apesar de ter conhecido Marleide acerca de 02 meses no Carão II, não poderia deixar de render sua última homenagem a uma pessoa que o tratou como gente como se de casa fosse.

Assim foi Marleide: cativante, sedutora, equilibrada, hospitaleira e refratária as fofocas e intrigas. Magnífica anfitriã; era capaz de seduzir com sua bonança todos aqueles que a visitavam.

È evidente que as coisas no Sítio Carão em Upanema estão mornas, pois há um sentimento de orfandade estampado não só em seus familiares, mas, na maioria das pessoas de Upanema, de forma que aquele local mais parece um lugar reflexivo, sem aquela pujança de outrora.

Não faço dessa missiva um simples gesto de retórica; aqui não se trata de postura hipócrita como muita gente faz. Não! Ela é permeada de um sentimento autêntico e de verdadeiro reconhecimento à postura de uma mulher que sempre soube se comportar como mãe, esposa, filha, tia, prima e, especialmente, como amiga.

Não posso mensurar - de tão intensa -a dor de seus filhos, ela é incomensurável, pois Marleide sempre estendeu sua mão amiga a proteger seus pupilos das inquietudes da vida. Seus sobrinhos a reverenciavam com continência e seus amigos a admiravam por sua hospitalidade.

Parece que Marleide não morreu, pois a tristeza que nos abateu deu lugar a um sentimento triunfante de que ela está em um bom lugar, de que ela não merecia passar pelas tribulações que estamos passando e que haveremos de passar .

Penso que nossa família deve fazer uma espécie de mea culpa, haja vista que devíamos aproveitar à exaustão o legado que Marleide deixou: uma vida simples, porém, pautada no amor ao próximo, sem animosidade e sem rancor.

A intolerância, a futrica e a arrogância eram adjetivos estranhos à pessoa de Marleide. Tinha defeitos inatos a todo ser humano, porém eram ofuscados pela sua leveza de espírito - ingênuo às vezes-, típico das pessoas de bem.

Até parece que Marleide está entre nós, quão grande é a sua espiritualidade; quão grande era a sua vontade de servir, de forma que ela flutua entre os pecadores à espera de uma mão amiga, a espera de que os seus tenham uma vida digna e que a paz reine num ambiente tão bem regado por ela.
Quantas saudades de sua ceia, das farras homéricas e despropositadas e porque não dizer de sua maneira ingênua de trocar o nome das pessoas.

Resisto peremptoriamente a ir de forma constante à Nova Parnamirim, Carão I e II, pois são locais emblemáticos e que sintetizam o caráter reto, ingênuo e apaziguador de Marleide. Procuro não cultuar esse sentimento de perda, pois está ainda vivo aqueles sentimentos de beneficência e de filantropia, tão próprios de Marleide.

Marleide por entre a raiva e o amor se garantia, pois tinha paciência de pescador e memória de elefante. Sua família viveu sempre sob sua dependência, de forma que não passa um dia que um dos seus não lembre uma frase, um trejeito ou algo dela. Tenho certeza absoluta que nos momentos felizes e tristes, seus filhos e esposo mentalizam seu jeito conciliador e ponderado.

Dizem que existem pessoαs que entram em nossas vidas e não mudam nada, nem na sua própria, mas, há outrαs que entram e mudam tudo e uma delαs foi você Marleide! mesmo com a distância você sempre será minhα marleidinha - , nossa eternα marleidinha. Te amamos!

Termino dizendo que a saudade é imorredoura, ela sempre deixará um vácuo impreenchível e uma tristeza indelével, porém, sua presença na terra há de servir como referência àqueles que aqui ficaram, especialmente de seus filhos. Que eles saibam ter desprendimento para expurgar de seus corações a ira, o ódio e o desapreço, pois os valores morais e espirituais que sua mãe agregou na terra talvez tenham sido o diferencial de suas condutas e hão de balizá-los para todo o sempre, amem!

Glasdton de Oliveira Bezerra( sobrinho).

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelo texto. Emocionou a todos na missa.

Ricardo Bezerra.

Lannúvio disse...

Amigo/Primo, Sua mensagem com certeza deixa todos emocionados! ! ! Você foi feliz em tudo que falou de Dona Marleide. Fui seu Genro com orgulho e mesmo depois da minha separação ainda a tinha como Sogra, Amiga e por quer não dizer Mãe. Todos da minha família lamentaram e ainda lamenta a perda irreparável, é como você disse ela sabia cativar a todos. Didil, você pediu pra eu ligar após ler a sua mensagem, não foi? Outro dia eu te ligo, hoje não. Abraços.